5 da manhã
A cabeça a rebentar
Não consigo dormir
Não consigo pensar
As horas que não passam
O sono que não vem
Sentimentos que me trespassam
Pensando em alguém
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
Noite sombria
Sem brilho algum
Eterna melancolia
Em lugar nenhum
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
Uma espera, desesperada
Para que nasça o dia
Noite finada
Explosão de alegria
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
O DIA QUE NÃO CHEGA
QUE TARDA EM CHEGAR
É noite…
Me vejo novamente
Naquele pensamento
Sórdido e incoerente
Trilhado no cimento
De que é feito minha mente
Há pouco tempo me perguntei
Porque teimo em assim estar
Mas a resposta que procurei
Não consegui encontrar
Queria usar frases feitas
Para me expressar
Mas eram estreitas
Para quantificar
Esta demência
Esta loucura
Esta impaciência
Esta tortura
E as palavras repetidas
Que teimo em escrever
São ideias escondidas
Dentro deste meu ser
E tu minha perdição
Fonte de todo o bem
E de toda a razão
A ti, mais ninguém
Dedico o pouco que existe em mim
Me declaro na esperança que tudo isto tenha fim…
Se bem-vinda novamente
Ó fiel companheira
Sempre presente
Na minha vida inteira
Tu que não me falhas
Tu que não me desiludes
Tu que não me baralhas
E não me iludes
Estranhei por uns dias não te ver…
No fundo sabia que voltarias a aparecer
És real, sincera
Sentida, e singular
Mas quem me dera
Não ter de te abraçar
Naquele abraço profundo
Com que me tentas sufocar
E vou odiando o mundo
Que geras para me afundar
Cresces dentro de mim
Sem qualquer travão
Provocando o meu fim
E a minha rendição
Sim tu…
Única e verdadeira…
Ó fiel companheira…
Companhia da minha vida inteira…
O que vês não é real
É uma farsa, uma fachada
Ilusão monumental
Um imenso nada
Caras pintadas
Que escondem a idade
Vidas condenadas
A não ver a verdade
O pobre que se faz de rico
O feio que se faz de bonito
E eu? Eu aqui me fico…
Pensando no que outros tem dito
E as verdades mentirosas
Que me tentam impingir
São palavras venosas
Que eu não quero ouvir
São verdades fabricadas
Em pró de alguém
Que vende fachadas
E terrenos no alem
Me tentam enganar
Me tentam confundir
Me tentam levar
Para onde não quero ir.
O teimoso rochedo
Que aos anos enfrenta o mar
Sem receio, ou medo
Se deixa fustigar
Sua persistência
Me fez reflectir
Sobre a existência
Sobre o que há-de vir
Será possível tudo combater?
Será possível a tudo resistir?
Será possível nada temer?
Sem nunca fugir?
Tal como o rochedo
E a sua persistência
Gostava de não ter medo
Desta experiencia
Que alguns chamam vida!
Outros sofrimento
Um beco sem saída
Um eterno lamento
Tal como o teimoso rochedo
Que aos anos enfrenta o mar
E sem receio ou medo
Se deixa fustigar
Tenho medo da morte
Tenho medo da vida
Tenho medo da sorte
Tenho medo… tenho medo…
Tenho medo da realidade
Tenho medo do sonho
Tenho medo da verdade
Tenho medo… tenho medo…
Tenho medo da tua ausência
Tenho medo da tua presença
Tenho medo da inconsciência
Tenho medo… tenho medo…
Tenho medo da lua
Tenho medo do sol
Tenho medo do dia que amua
Tenho medo… tenho medo…
Tenho medo de falhar
Tenho medo de conseguir
Tenho medo de alcançar
Tenho medo… tenho medo…
Tenho medo, de nada temer…
Recordo aqueles dias
De selvajaria
Longe das monotonias
Dias de alegria
Num sítio perdido
Naquele local esquecido
Momento vivido
O pó, não era sujidade
A água não trazia limpeza
Esquecemos a sociedade
Perdidos na natureza
Um luar cintilante
Iluminava a escuridão
Aquela música aberrante
Toldava a razão
Rodeando fogueiras
Noites bem passadas
Ganzas, bebedeiras
Conversas animadas
Num sítio perdido
Naquele local esquecido
Momento vivido
A estrada sinuosa
Que ao paraíso nos fez ir…
Hora criminosa
Aquela de partir
Ficam memórias …
E recordações …
Umas quantas histórias…
Até sobre embarcações
Num sítio perdido
Naquele local esquecido
Momento vivido
DEDICADO: Aos "selvagens" a quem isto possa dizer alguma coisa.
Estúpida e maléfica
Esta hora
Que nem ao mal é benéfica
Aquela, em que te vais embora
Demoníaco, doloroso
Este momento
Em que cresce o horroroso
Lamento
De te ver sair
Ó maldita hora
Ó maldita hora
Caio inanimado
Derrubado pela tristeza
Desconsolado…
Sem tua beleza
Me afundo
Na embriaguez do pensamento
Rastejo, no fundo
Deste tormento
E já desiste de mim o mundo
Que nestes dias afugento
E ó meu amor profundo
É tão grande o sofrimento...
Por estes dias…
O mundo pareceu
Um lugar magnífico
Onde tudo fazia sentido
Onde não havia sono ou fome
Onde deixei de estar perdido
E a tristeza não me consome
Por estes dias…
Em que te tive por perto
Esquecia agonias
E tudo pareceu tão certo
Por estes dias…
Em que te vi diariamente
Sou todo folias
E aspecto sorridente
Mas, agora…
Nestes dias
Em que estas ausente
Se foderam as alegrias
E eu eternamente descontente.
Esta dor que eu carrego
Ou que me carrega a mim
Este sentimento prego
Que se espeta dentro de mim
Este devaneio
Este desejo sem fim
Este querer sem arreio
O tanto te querer assim
Mas nada é como eu quero
O sonho não é real
E neste momento
Corpo carbonizado
Eterno lamento
Não te ter a meu lado
Este vulcão
Preste a explodir
Esta emoção
Que não consigo reprimir
Tudo isto
Toda esta desilusão
Num pensamento misto
De tristeza e solidão.
No meio de milhões
Me sinto tão só
Estranhas emoções
Que metem dó
Mas vens tu…
E o mundo se altera
Tudo fica mudado
O que a tua imagem gera
Deixa tudo transformado
O escuro
Fica iluminado
O eterno muro
Cai derrubado
O mal
Se transforma em bem
O irreal
Real é no sonho de alguém
Não no meu…
Talvez num, de outro alguém
E vais…
Tudo volta ao normal
Quando sais
De novo o estúpido banal
Já tanto pensei em ti…
Já tanto sonhei sobre ti…
E por mais que pense
Continuo a pensar
E por mais que sonhe
Continuo a sonhar
Este sentimento calado
Loucura demente
Sonho frustrado
Carregado na mente
Peso, pesado
O desta corrente
Diante do meu ser
Sentada á minha frente
Me completo ao te ver
Naquela noite quente
Não acredito no perfeito
Nem na felicidade
Mas dentro do meu peito
Juro! Jorrou tranquilidade
O que eu queria inacabável
Rápido acabou
Só tua voz amável
Em mim ficou
Como mais combustível
Que ateia a fogueira
O fogo terrível
Desta cegueira
Queria ler-te sentença
Julgar-te como culpada
Mas só com a tua presença
A dor é acalmada
O teu maior crime, a perfeição
Que me esgota a cabeça
E me rasga o coração.
Quem sois vós?
Ó estranhos seres
Que gostais de mentir
De enganar
Que gostais de rir
De ludibriar
Que gostais de fingir
De camuflar
Que gostais de iludir
De maniatar
Não vos compreendo
Por mais que vá tentando
Não vos entendo
Mesmo nisso pensando
Quem sois vós?
Ó estranhos seres
Porque penso?
Porque penso naquilo?
Porque penso nisto?
Porque penso em pensar?
Dou comigo a pensar
Sobre tudo e sobre nada
A tentar explicar
Esta vida irada
Gostava de não pensar
De não ter consciência
Nunca questionar
A própria existência
O que eu queria ser
Era o estúpido feliz
Não questionar, não perceber
A minha matriz
Viver alienado
Estar contente
Conformado
Sorridente
Com o nada que me é dado
Porem, voltando a pensar
Prefiro ser assim
Tudo questionar
Faz parte de mim
PENSAR...
A esfera gigante
Que pelo universo vagueia
Num balançar errante
Como o de quem cambaleia
Sem a sitio algum,rumar
Sem destino,objectivo
Se perde,em nenhum lugar
O quanto relativo
É este divagar
Estará perdido?
Desencontrado?
Incompreendido?
Descontrolado?
Rendido...?
Ao triste fado...?
Muros que me cercam
Me envolvem em solidão
Momentos que marcam
Na estúpida desilusão
Vida vaga, sem rumo
Poucas ambições
Se dissolvem no fumo
Espesso das ilusões
TENTEI PEDIR AJUDA
ENCONTRAR UMA SAÍDA
PARA ESTA DOR AGUDA
PARA A PUTA DA VIDA
Tentei lutar, combater
Mas o corpo ferido
Acabou por ceder
Me vi perdido
Sem nada poder fazer
Fiquei para ali fodido
Á espera do que vá acontecer
TENTEI PEDIR AJUDA
ENCONTRAR UMA SAÍDA
PARA ESTA DOR AGUDA
PARA A PUTA DA VIDA
Tempestade mental
Que me fustiga
Comportamento animal
Que me mastiga
E este outro ser
Que habita em mim
Me faz esmorecer
Me faz ser assim
TENTEI PEDIR AJUDA
ENCONTRAR UMA SAÍDA
PARA ESTA DOR AGUDA
PARA A PUTA DA VIDA
Conto inacabado
Uma historia de desencantar
A do eterno inconformado
Que me faz delirar
Deste ser revoltado
Que quer rebentar
Para sempre fechado
Não se pode mostrar
TENTEI PEDIR AJUDA
ENCONTRAR UMA SAÍDA
PARA ESTA DOR AGUDA
PARA A PUTA DA VIDA
Tanto por fazer
E nada tenho feito
O ambicionar ser
Neste sonho desfeito
Na espera do futuro
Me limitei a esperar
Tão grande muro
Não,consigo passar
Ideias brilhantes
Também as queria ter
Desilusoes constantes
Arrasam este ser
Tanto por fazer
E nada tenho feito
O ambicionar ser
Neste sonho desfeito
Inerte,parado
Me rendo
Ao futuro ao passado
Aqui me prendo...
Tanto por fazer
E nada tenho feito
O ambicionar ser
Neste sonho desfeito