Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012

Era noite tardia quando voltou.

Trazendo consigo uma ânsia descomunal.

Pelas mãos do homem pequeno brotou,

Tal qual raio que desce do céu em diagonal.

 

Senti-a em todo o meu ser…

E dei-me sem repulsa á sua vontade.

Ela é o que podeis aqui ler,

Nascida num impulso de insanidade.

 

Nem o nexo trouxe consigo,

Ou por palavras elegantes se fez acompanhar.

Simplesmente desceu comigo,

Ao fundo do fosso onde ninguém quer entrar.

 

Premiu botões, e mexeu alavancas,

Sem eu, o ter percebido…

 De meu cofre abriu todas as trancas,

E agora escrevo possuído.

 

Regressou, ao partir de alguém,

A inspiração ou algo semelhante.

E agora escrevo nada, para ninguém,

Ao pulsar de uma luz pulsante.



publicado por pseudo-poeta às 22:42 | link do post | comentar

Tu, que um dia foste mais do que eu.

Tu, que eras tu, e tão pouco de mim.

Parte viva de mim, que morreu,

Rastilho fumegante que ardeu em carmim.

 

Tu figura, focada no pensamento…

Tu que sentias e sofrias, chicoteando-te na poesia.

Tu que não fugias do sofrimento,

Fazendo da humanidade tua heresia.

 

Ser poeta, que te perdias em devaneios,

Escrevendo o que sentias e o que não tinhas.

Com a força dos poemas alheios

Transportavas tua alma em suas linhas.

 

Criatura peculiar,

Criadora de novas razões

Vias o mundo com outro olhar

No ímpeto vertiginoso de tuas paixões.

 

Não te sinto agora em meu interior,

E ficam as folhas brancas e a caneta a descansar.

Na espera pela inspiração de um ser inferior

Que lhes dê uso, e as ouse profanar.

 



publicado por pseudo-poeta às 22:40 | link do post | comentar

Fome…

- Sim! Realmente, fome é o que sinto!

 

Ronca o estômago em manifestação

E a cabeça, parece mais que vazia.

E nada do que como me dá satisfação,

Sendo o nada que como me dar azia.

 

Devoro com os olhos, o prato á minha frente…

Mas com os olhos apenas! A boca permanece fechada.

Sempre um sabor fel, indiferente.

E a barriga e alma cheia de tanto nada.

 

Não fosse esta fome que me assola,

Esta recusa em comer

Que eu daria tudo como esmola,

A quem tem fome de viver.



publicado por pseudo-poeta às 22:39 | link do post | comentar

O meu desejo,

Suplanta qualquer razão,

E quanto mais não te vejo

Mais me dou á inflamação.

 

Vagueio, inquieto, sem destino.

Com a alma empalada,

Habitando um corpo clandestino

Ao qual a vida foi tirada.

 

E queria por tudo, que isto fosse um lamento

Um acto de repulsa, e emancipação.

Mas se há coisa que não tento,

É escorraçar-te do meu coração.

 

Dite o destino, o que bem entender…

Venham dias de dor, e noites de sofrimento…

Venha tudo, e quem mais vier…

A isto nunca vou chamar arrependimento.



publicado por pseudo-poeta às 22:05 | link do post | comentar

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