Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013
Nada de novo…
E seguimos sempre na mesma direcção… ordeiramente, maquinalmente, mecanicamente, automaticamente, seguimos sempre na mesma direcção.
Somos escravos temperamentais do tédio…
Adversos a toda e qualquer anomalia.
Descontentes por natureza, odiamos o quente por não estar frio, odiamos o frio por não estar quente…
Tememos a letargia, mas o mexer não deixa de meter medo.
Somos garbosos do nosso racionar, mas agimos tantas e tantas vezes sem pensar…
Criticamos, enxovalhamos como arma de defesa pessoal… mas o espelho mete tanto medo.
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7 Mil milhões… Um número absurdo, assustador…
Mas nós não somos números… ou será que somos?
A quantidade de células que nos compõe, o infindável número de átomos que também fazem parte nós… Isso são números!
Mas somos mais do que isso?
Seremos mais que simples números?
Que simples quantidade disto e daquilo…
Contrariem-me…
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Nada de novo…
Ponteiros de relógio em movimento perpétuo…
Movimentos de rotação e translação…
E nós… seguindo sempre na mesma direcção… para lado nenhum.
Os olhos convergiam no meu olhar…
E o berro de alegria o fez brilhar.
A cura difícil de alcançar,
O tinha acabado de realizar.
O homem cego, estava curado
Tinha arrancado de si o mal amargurado.
Olhava á sua volta maravilhado,
Sentia-se por inteiro realizado.
Redescobria o mundo, e as cores…
Os bichos, os prédios e as flores.
Dava importância, a coisas inferiores
Inalava a vista, saturada de novos vapores.
Contemplava a multidão em sua agitação
Empenhando seus rostos de frustração,
Caminhando sem sentido, sem razão.
E logo seus olhos caíram no chão.
Esquecera aqueles rostos, e as desilusões.
Rostos que faziam transparecer… grilhões…
Prisões perpétuas de decepções…
Tragedias, descontentamentos, frustrações.
O pior dos males fora a cura,
A visão de tanta desventura.
Nesse dia fez de suas pálpebras armadura.
E na cegueira, abraçou o não ver, com ternura.
Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2013
Desculpem a Sinceridade.
Ela não sabe o que diz…
Anda com más companhias. A Verdade…
Essa louca, essa infeliz.
Têm por hábito, desmascarar a impostura,
O engano, o logro e a mentira…
É-lhes um mal que não tem cura,
Uma mania que ninguém lhes tira.
Julgam-se superiores,
Detentoras do que é o bem.
Mas num mundo de impostores…
A Sinceridade e a Verdade, de tudo ficam aquém