O tempo passa e vou mudando.
A vida passa e vou derreando.
Perdendo velhas convicções.
Criando novas razões.
Já não sou deste lugar…
Não sou de nenhum lugar…
Vigília anómala aquela que tomei,
E o peso das demasiadas vezes que errei,
Faz-me ver que não sou deste lugar,
Faz-me perguntar se sou de algum lugar.
Olho em volta, e já nada disto me é familiar.
Já nada brilha como era costume brilhar.
Tudo é um imenso tédio, que não consigo suportar,
Divago fugindo, farto de aqui estar.
Por já não pertencer a este lugar…
Se ao menos… encontra-se um lugar.