Queria escrever sobre flores, e alegria…
Mas não são estas que marcam o meu dia.
Não são estas que me fustigam.
Não são flores e alegrias que me castigam.
Perpétua é a dor, perpétuo é o sofrimento.
Que escrevo. O que me inspira… é o lamento.
E nada mais resta em mim.
A não ser uma tristeza sem fim.
Por momentos até consigo rir…
Ponho a mascara e escondo o que me está a destruir.
Mas na solidão de meu pensar…
Só dor existe… sem cessar.
E não há flores ou alegria.
Nada resiste… só melancolia.
Só este peso, em mim acorrentado,
Só este sentir condenado.
Ab-rogou em mim, qualquer contentamento,
Rejubila em mim o tormento.
Se engrandece a infelicidade…
Flores, alegrias… são irrealidade.