Estiquei meu físico semi-nu, sobre a marquesa.
O técnico assombrado, mostrou surpresa…
Olhou as placas, depois meus olhos, e começou por dizer:
- Absolutamente nada, é o que consigo ver.
Invólucro oco…
Tenho dentro de mim, um enorme vazio…
Ardendo devagar… lentamente, em mim o pavio.
Onde a alma tinha lugar, ficou um zero, transcendental.
Onde o coração batia, um nada monumental.
Sumi-me em mim.
Já nem entranhas, contenho.
Nada me resta… nada tenho.
Sinto o eco de minha voz, ecoando…
Por todo o meu vazio…ribombando.
Vulto sem conteúdo.
Tomei o mundo como se fosse meu…
Na leveza extrema de ser nada mais que eu.
Regurgitando o nada que brotava de meu interior.
Fui nada… e nada sendo, fui superior.