- Eu quero os campos conspurcados…
Quero as falésias, promontórios calcinados…
Quero os corpos dos amaldiçoados…
Seus sonhos e projectos malfadados.
Dêem-me as cinzas ainda quentes,
A inteligência dos descrentes…
O desleixo dos desobedientes,
A falsidade dos incoerentes.
Dêem-me o ódio e a maldade,
As pragas e a ruindade…
Dêem-me a crueldade…
Atulhada de perversidade.
Dêem-me…
Derramem em mim o mal da humanidade…
Dêem-me lixo,
Dêem-me os desperdícios…
Não me quero em crucifixo.
Quero precipícios.
Quero a amálgama, resultante do mau…
De tudo o que não se dá a um Deus.
Não quero pedras preciosas, quero o calhau…
Quero os males… que todos são meus.