Mil armas apontadas á cabeça,
E a infelicidade de nenhuma disparar.
Vegetativo… inútil…
Aqui me encontro eu, na decadência imensa de ser eu.
Não encontro em nada, um significado para tudo isto.
E deixo-me estar…
Dias tornados em noite.
Noites tornadas em trevas.
Sou subalterno, de meu estado sério.
Demasiado sério…
Não faço rir ninguém, e nada me faz rir.
Carrancudo por feitio, ou talvez por defeito.
A vida que por mim passa,
É-me, um enigma de difícil resolução.
E eu tenho-a pensado, tenho-a analisado.
Sem tirar conclusões.
Já nem grito…
Já nem sonho…
Enojo-me de mim,
Por ter em mim este pensar.
Talvez me odeie tanto,
Pelo simples facto de ser eu.
Talvez exista por aí…
Uma resolução fácil para meu dilema.
Mas exige coragem, e egoísmo.
E, corajoso, sou pouco…
E o egoísmo, pouco me diz.
Posto isto…
Resta, a permanência
Vegetativa, inútil, carrancuda,
Incompreensivelmente incompreendida
De ser eu, e de tudo o que isso acarreta.