Ó minha, meu mais que tudo…
Agora só te vejo em minhas recordações,
Vejo-te, nos momentos que por mim passaram.
Eras o real da irrealidade de minhas ilusões,
E a beleza extrema que outros não narraram.
Ó minha, meu mais que tudo…
Estou neste momento a ser consumido
Pela saudade e pelo desespero de não te ver,
Nem mesmo quando caio adormecido
Meu cérebro para de invocar memorias de teu ser.
Ó minha, meu mais que tudo…
Eras luz…
És luz que ainda hoje me dá alento
És de todos os meus sonhos, o mais sonhado…
És a mais bela imagem do mundo exterior, que vejo cá dentro.
Quimera máxima de meu coração fragmentado.
Ó minha, meu mais que tudo…
Desmontei a razão, fiz dela coisa nenhuma
Tropecei em meus sonhos e desalentos.
E agora não há farol na bruma,
Ou forma de juntar meus fragmentos.
Ó minha, meu mais que tudo…
Na impossibilidade do impossível,
Faço da tristeza e desespero meu mundo.
Nada mais me é admissível,
Que este penar profundo.
Ó minha, meu mais que tudo…
Viro costas ao mundo, dele não quero saber…
Nem se gira, ou se para de girar…
Maldito destino que não queria ter…
Forma de vida que só me está a matar.