Como seres dotados de inteligência e de razão,
Inventamos forma de contabilizar o “tempo”.
De seccionar, dividir e limitar a sua imensidão.
… Contempla-mos relógios como passatempo.
O calendário por estes dias, dá o ano como terminado.
E sentado na cadeira faço minha retrospectiva,
Pensamentos deste ano que é passado,
Lembranças de mim, de meu ser… desta coisa viva.
Oscilei na corda bamba, disposta sobre o abismo…
Lutei por não cair… mas caí no vórtice de minha dor.
Me deixei ir e ficar, na compaixão bélica de meu fatalismo
Destruindo-me a mim mesmo, sem réstias de rancor.
Nos 365 dias que agora são nada mais que passado,
Senti frio e calor, alegria e amargura, ri e chorei…
E de todos os dias, há um por mim sempre lembrado,
Lembro-o com o remorso, de saber que errei.
E agora apressa-se a entrada de um novo ano,
Onde nada espero, onde nada ambiciono alcançar…
Sim, mais 365 dias contabilizados em dano…
E onde a corda bamba vai sempre oscilar…