Nasci… de forma natural…
Em dia de… vendaval.
Nasci… digamos que… enforcado,
Com o cordão umbilical ao pescoço enrolado.
E hoje, como sempre tento perceber,
Tudo aquilo que me rodeia
E protejo-me ao escrever….
Palavras que ninguém leia.
A noite segue, decorrendo lentamente…
O sono… ou algo semelhante,
Beijou-me á pouco levemente.
Á um pouco muito distante…
No avanço impetuoso da madrugada
Fustigo-me, autodestruindo o ser que sou.
Meu pensamento não leva a nada,
E quando o sol nascer, só meu corpo sobrou.
Perdoem ó gente que algo de bom vê em mim…
(Eu sempre o procurei, sem nunca o ter encontrado.)
Não sendo bruto, sei que não sou ruim.
Não me é permitido ter outro pensamento,
Dou de mim o quanto posso dar,
Sem ambição de qualquer pagamento.
Sim sou eu! Exemplar único…
Extravasando de meus defeitos…
E ocupado de tão insignificantes virtudes.