O meu desejo,
Suplanta qualquer razão,
E quanto mais não te vejo
Mais me dou á inflamação.
Vagueio, inquieto, sem destino.
Com a alma empalada,
Habitando um corpo clandestino
Ao qual a vida foi tirada.
E queria por tudo, que isto fosse um lamento
Um acto de repulsa, e emancipação.
Mas se há coisa que não tento,
É escorraçar-te do meu coração.
Dite o destino, o que bem entender…
Venham dias de dor, e noites de sofrimento…
Venha tudo, e quem mais vier…
A isto nunca vou chamar arrependimento.