Terça-feira, 26 de Junho de 2012
Correntes grossas…
Grossas correntes…
Gestos quietos, que embalam o universo inteiro
Em sono, onde não se dorme.
Onde não se acorda, porque se não dormiu.
(Mas é sempre bom ser-se embalado.)
Viagens sem partida, onde se anseia a chegada.
Feitas em comboios sem locomotiva,
Sem ninguém para os guiar.
(Mas mesmo assim, vem o revisor
Verificar se o bilhete foi comprado.)
Tirámos todos, bilhete, para ir a nenhum lado.
Um dia nebulado, noite negra sem estrelas…
E no horizonte, ergue-se a cidade.
Luzes, prédios altos, jardins abandonados.
Casas…
Onde se come, onde se dorme, onde se fode…
Mas não se vive.
Objectos inanimados de diversos tamanhos.