Terça-feira, 21 de Agosto de 2012
Prelúdio
É tão difícil escrever algo semelhante a um “poema de amor”, sem o tornar lamechas, ou sem cair na tentação própria dos poetas em exagerar tudo o que é sentimento, ou mesmo não abusar da inspiração da musa e escrever textos e mais textos que dizem sempre o mesmo, que reivindicam cada um deles um amor maior, uma ternura maior, um querer maior.
No entanto, mesmo correndo esses riscos, mesmo tornando possível a possibilidade de os cometer, tive a necessidade desmesurada de escrever um novo “poema de amor”.
E ATENÇÃO: nunca me auto-intitulei poeta.
Estes olhos meus…
Este coração meu…
Este cérebro…
Todo este meu ser…
O “eterno” não existe.
O “para sempre” é utopia.
Mas o meu pensar em ti persiste,
Assim como o nascer de cada dia.
Inflama-se minha alma toda por inteiro
E cedo-me sem qualquer forma de luta.
Neste sentir sou livre-prisioneiro,
E tudo o resto me é de uma frivolidade absoluta.
Não há hora em dia nascido
Que eu, de ti não me tenha lembrado,
Mesmo com o corpo adormecido
Há um sonho de ti, prestes a ser sonhado.
Tomo como certa a desilusão
Ofertando meu peito escancarado.
Não há mais, apelos á razão…
Apenas tu, meu amor desventurado.
E toda esta ternura que te tenho,
Todo este respeito, e admiração
São coisas que sinto e não desdenho,
Obras máximas de meu coração.
Epílogo
Está escrito…
Está acima de tudo sentido.
Porque o importante em qualquer “poema de amor” é o sentimento latente no mesmo, não se trata de uma exposição irracional de um “coração”, ou de uma “carta de recomendação”, ou mesmo de um embuste dissimulado em palavras que por vezes são belas.
P.S:. se a lamechice surgiu peço perdão.