Terça-feira, 27 de Novembro de 2012
Descobri a cura!
Sim. É esta a cura, é esta a cura para o meu mal.
O anestésico era de rápida acção
E logo meu corpo se deu por inanimado.
Tudo apostos para a operação,
Até o doutor já esteva desinfectado.
A serra-craniana, bem aguçada,
Descrevia órbita em torno de meu contentor cerebral.
A enfermeira incomodada
Virava o olhar de encontro ao avental.
Adiantavam-se as horas, e eu ali estendido.
A equipa médica tinha operado sem cessar,
O procedimento ainda não concluído,
Teimava em se complicar.
Acordei depois, estremunhado, num acético
E branco, quarto de hospital…
Meu coração batia frenético…
Pensava eu ter saído triunfal.
Minutos depois, irrompeu pela divisória
Um ser de bata branca, e olhar enegrecido…
Vinha para me contar a história
De quão mal a operação tinha corrido.
Mas não era novidade o que ele vinha contar,
Por todo o meu ser, já eu me tinha sentido,
E o procedimento fora feito para isso mudar,
No entanto o meu eu, não tinha desaparecido.