Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013
Os olhos convergiam no meu olhar…
E o berro de alegria o fez brilhar.
A cura difícil de alcançar,
O tinha acabado de realizar.
O homem cego, estava curado
Tinha arrancado de si o mal amargurado.
Olhava á sua volta maravilhado,
Sentia-se por inteiro realizado.
Redescobria o mundo, e as cores…
Os bichos, os prédios e as flores.
Dava importância, a coisas inferiores
Inalava a vista, saturada de novos vapores.
Contemplava a multidão em sua agitação
Empenhando seus rostos de frustração,
Caminhando sem sentido, sem razão.
E logo seus olhos caíram no chão.
Esquecera aqueles rostos, e as desilusões.
Rostos que faziam transparecer… grilhões…
Prisões perpétuas de decepções…
Tragedias, descontentamentos, frustrações.
O pior dos males fora a cura,
A visão de tanta desventura.
Nesse dia fez de suas pálpebras armadura.
E na cegueira, abraçou o não ver, com ternura.